quinta-feira, 27 de outubro de 2011

17:13 - café, chantilly, tinta nova.

Fazem quarenta e sete horas que deitei com a janela aberta. Quarenta e sete horas esperando qualquer célula reprodutora ou não entrar; esperando sem boas ou más expectativas através de meus olhos e todo o meu corpo, que é de uma cor não uniforme; qualquer sensação que venha me movimentar na minha cama bege; meus seios estão de fora; estes são meus seios, sem graça, de tom universal; meus mamilos não sentem frio. Estou a uma espera - sem afeto.

Eu; pessoa; corpo; alma; célula; bicho. Quarenta e sete horas sem me movimentar, minha janela, esta que é só minha, está aberta. Fico aqui, a mercê de uma sensação que me tire dessa forma clássica européia.

Do lado de la há mentira, corpos sem célula, fumaça, sapatos, papéis solto, líquidos, líquidos. Eu quero o aqui e não o de lá. Aqui não há sono. Aqui é completo de nada.

Seja o que for, venha cheio de vazio. O meu nada aceita apenas o que é completo de nada. Meu percurso é vazio, não precisa de algo. Se for entrar, tenho uma janela aberta, se for me possuir, meus olhos estão estalados.

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Eles