sexta-feira, 1 de junho de 2012

À MORFINA

entreaberto a tudo
entre eu e o outro,
aberto daqui pra fora,
sou no universo de irradiações a
pássaro que urge.
não me complemento com urgidos,
nem com imensas/intensas radiações,
morte sincera.
finalmente o amor espera.

não tenho pretensões de amor,
mas alimento expectativas,
tentei muito, por isso me exilo,
de guerra fria à carpe diem,
de furacões para gravidade zero.
quero a morfina
quero ser morfina.

nada de anular sentimentos;
se o sol está por cima é porque ele existe acima.
quero amorfina,
morder, suar deitar, alimentar-se de.

amor fino
amor que cessa,
- respira.
e grita: estou aqui.
mas que não venha só morfina,
não desejo só anestesias,
não aprendi a viver em cativeiros.

soul brasileiro,
de terra, mar, selva e cimento,
não lamento,
soul estrangeiro.

Um comentário:

Talita Paes disse...

Nem sabia que escrevia, e eis que no meio da sexta chuvosa encontro essa bela poesia! Obrigada querido!

Beijos e me aguarde em algum blog por aí.

Eles