quarta-feira, 13 de abril de 2011
# 22:35
e eu que sempre brinquei de ser rei da minha vida. Comprava todos os tipos de papéis na papelaria do bairro, decorava com tudo, de lantejoulas à celofane. E eu que quando erguia aquela coroa de papel barato, me enxergava como gerson, como o imperador, o ditador da minha felicidade. E eu que achava que detinha o poder, hoje caio por terra, sujo de barro, lágrimas desfazendo minha última camada de pele, corroendo minha pupila, minha sobrancelha no chão e minha expressão facial desfeita no pó da cidade velha. Eu que achava que para ser bastava colocar aquele ouro na testa, correr por aí, gritar, ordenar. Eu que fui ingênuo e acreditei em suas palavras. Acreditei nas minhas. Ahhhhh, como era bom me sentir o rei de minhas terras. Ah, como eu queria aquela inocência infantil, aquele olhar juvenil, aquela esperança de quem acabou de chegar na terra. Como eu queria que você dissesse hoje: você é meu. Meu rei, meu servo, meu plebeu, meu imperador, meu ditador, isso não importa. Preciso só do pronome possessivo e ponto.
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Um comentário:
As palavras pulsam de tão verdadeiras que são.
Me achei aqui
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