domingo, 2 de janeiro de 2011

Boa Alma.

Alma boa, acelerada.

É assim que a vejo. De longe, claro.

Cabelos cacheados, olhos claros. Sorriso sempre pronto. Roupas de tons simples. Todas suas cores são fáceis de atingir com as cores primárias. Sorriso sempre pronto.

Músicas tristes na sua página da comunidade virtual. Acho que deveria perguntar se está tudo bem. Mas jamais teria coragem. Sou medroso. Não quero passar de besta. Não quero ser um admirador público. Prefiro o anonimato. Sou feliz aqui. Suas músicas nem são as mais conhecidas. Algumas.

Penso em você algumas horas do dia. Poucas, na verdade. Geralmente quando estou conectado e não tenho muito que fazer. Vejo-te muito familiar. Vejo- me muito te olhando. As estrelas brilham esta noite. Penso sempre quando ascendo meu cigarro, será? Morte e vida Severina não hão de me entender. Será que você sorri no calado da noite? Ah, minha imaginação é tão fértil. Já te vi tocando minha campainha. Já te senti segurando meu dedo menor. Já te ouvi no telefone. Mas fértil seria se o mundo rodasse em minha sacada. Estaria perto de tudo. O mundo seria tangível. Mares, dunas, sertões, constelações, cidades, agitações, calmaria, frio, calor, deserto, nevadas, você.

Outro dia dormi na sacada. Era o combinado com a lua. Esperar- te na sacada. Ver- te acordando comigo ao som de novos baianos, ou mutantes. Podia até ser qualquer banda norueguesa que você conheceu semana passada. Mas eram necessários seus macarrões dourados perto de meus fios morenos, desbotados. Ah, como amar o desconhecido é bom. Duradouro. Não machuca. Deixa-me amar- te desta forma. Ame- me de qualquer outra. Mas não fuja. Não precisa amar- me mais que tudo nesse mundo. O mundo é muito grande e não quero mais ser egoísta. Mas ame- me por um bom tempo. Por todo seu tempo.

3 comentários:

Arthur Dantas disse...

que coisa linda, gersinho. *.*

slowmind disse...

olha, amor platônico é legal pq ai tudo se realiza e dá certo, mas tem que mete a cara pra ver no que dá.

é aquele papo: melhor se arrepender pelo feito do que pelo não feito.

beijo

Fernanda Zanol. disse...

ahhh, eu não se eu choro ou o que que eu faço. Muuito perfeito esse texto, principalmente esse último parágrafo!

E preciso confessar. Eu amo amar desconhecidos. ;) rs

beeeijo!

Eles