domingo, 7 de março de 2010

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Encontro- me parado, congelado ao tempo. E o que me cerca são as balas perdidas; balas de ódio, balas de desprezo, balas de amor, de dor, de suor, de prazer. Balas, balas, balas. Estou enfileirado em um tiroteio de realidade, dentro de um corpo que não é meu, só aguardando a fatal bala me perfurar, seja minha cabeça, meu coração ou mesmo o dedo do meu pé. Eu tentei me mover, para quem sabe encontrar uma bala de morte, ou uma de vida, quem sabe. Procurei sair, mas uma pressão que vinha de todos os lados, desviando de todas as balas, não me deixou se quer mover o olho direito para a esquerda, não deixou nem eu piscar meus olhos, sentir vida dentro de minhas pupilas rabujentas que reclamam da vida dia e noite, hora após hora.

Sim, eu estava compeltamente morto. Se não foi isso eu estava inteiramente no meu estado de loucura total, ou de amor total, ou até, quem sabe, com quase toda a certeza de um vazio total. Eu não sei quem sou no meio do tiroteio: se sou bala, ódio, dor, amor ou vento.

Um comentário:

Anônimo disse...

fiquei confuso....

Eles