segunda-feira, 18 de maio de 2009

observatório.

Chorava feito criança. Ainda era uma criança, inocente e sem malícia. Descia as ruas com pouca roupa, e pouco pensava o que os burgueses da vila iam dizer. Duas vezes sorriu ao atravessar a rua, quem viu o sorriso diz que não pertencia a mesma pessoa que deita na frente da igreja pra conversar com Deus. Era um sorriso imprópio. Na verdade todos sabiam que ela nunca foi ela mesma, nunca tomou conta de suas atitudes e de sua insustentabilidade. Se era inteligente, não posso afirmar; se era infeliz, também não hei de afirmar. Ela nunca foi, ela não é simplesmente nada.
Existe as mixiriqueiras das ruas que dobram e das ruas que seguem que comentam que cada dia é uma pessoa naquele corpo. Eu já não penso assim. Penso que é um psicológico afetado, afinal filha de lavadeira que nem ao menos sabe a diferença de uma camisa e uma calcinha, e sem pai desde o parto forçado na madrugada de 25 de dezembro.
Há aquelas que falam que determinadas pessoas nascem com partes do corpo virada à lua, e essa pobre moça que ainda nem nasceu. Falta- lhe o amor, a dor, a alegria, a bebida e o fumo. Ela ainda não havia nascido, mesmo com 22 anos.

6 comentários:

Unknown disse...

menino da orelhinha bonitinha, vc está escrevendo bem demais!! e escrevendo bastante... gosto assiiiim!

=)

saudade.

Camila Barbosa disse...

Adoooorei esse.
Muuuuuuuito bom mesmo.
Verdade; sua orelha é bonitinha.. rs

Beijos

Sarah disse...

gostei do jeito que escreve :)

Anônimo disse...

texto incrível, adorei.

A Torre Mágica | Pedro Antônio de Oliveira disse...

Ei, Gerson!

Como sempre, escrevendo belos textos! Você disse uma verdade: tem gente que ainda não nasceu! Mas o melhor de tudo é renascer... a cada dia, a cada momento, buscando sempre a felicidade!

Valeu demais pela presença! Espero que volte mais vezes! Te espero por lá!

Um abração!


Pedro Antônio - A TORRE MÁGICA - www.atorremagica.blogspot.com

Anônimo disse...

haha, já li clarice sim, mas sou leitos mais as´siduo do caio.

Eles