segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Mais um dia

Eram apenas seis horas da tarde, ela dava o de comer ao seu filho, não era o melhor, mas sustentava, comia tudo o que ela dava, após o jantar levou ele para a sala e começou a ver TV e ao mesmo tempo fazendo com que ele durma tranqüilamente, e dorme mesmo, um sono pesado que só o dele, o leva para o quarto e o coloca em seu berço e o beija na testa com muito amor maternal, e em seguida segue para o banheiro para tomar o seu banho, saiu enrrolada numa toalha com uma sensação de preucupação, se arruma com roupas de cores vibrantess, muito brilho e uma bota de cano longo, ela estava muito bonita, arruma o cabelo de um jeito sedutor, mas desajeitado, uma maquiagem pesada e muito sem personalidade, era tão forte que sua beleza se camuflava, toca o seu celular, era sua amiga, e só se ouve aquela doce voz da menina que nem 25 anos tinha dizendo tá ok, pegou sua bolsa e saiu em direção ao centro para encontrar sua amiga.
Elas foram ao bar, beberam uma birita pra animar, e sairam e ficaram logo ali perto, conversando e contando os mexiricos como sempre faziam, paradas às vezes até dava medo, aquela rua não era um dos melhores pontos de São Paulo, sua amiga logo se arranja e entra em um carro corsa, a menina fica parada e beija a maçã do rosto de sua amiga, mas mesmo assim ela continuava ali, passavam alguns conhecidos que davam um oi, um tchau, uns telefonemas, mas ela sempre ali, aquela rua começava a ficar sombria e abandonada, uns grupos de pessoas sempre havia ali parados, uns apenas passavam conversando em voz alta, alguns alterados, outros tentando se aparecer e se achar o maxímo, mas nada daquilo abalava aquela garota mãe de um filho de 2 anos. As horas passavam, e tudo que se pode imaginar acontecia, logo se percebia que aquela menina havia perdido seus escrúpulos no passar de sua vida, se percebia uma angústia no ar, uns passavam e olhavam torto, já eram 3:30 da manhã e ela estava ali ainda, será que ela tinha algum problema, eu me perguntava, mas continuei a observar, assim que deu 5:00 em ponto ela começava a chorar, apavorada saiu correndo, pois sabia que naquela noite nem um trocado pro leite conseguiu, o desespero era maior que sua pressa para chegar em casa.
Subiu rapidamente as escadas de seu prédio, abriu a porta e foi ao banheiro limpar aquela maquiagem que prendia uma menina tão timída e doce, chorou tanto que seu filho acordou, ela correu e pegou ele, e beijou como se fossem separados desde o nascimento e naquele momento era a primeira vez que se viram, o menino sentiu uma dor da mãe, e ela apenas o beijou se deitou na sua cama com ele, e disse está tudo bem. E é assim que se acabava naquela manhã um dia de uma prostituta.

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