terça-feira, 17 de julho de 2012

21:22, julho.

(...) então eu atirei meu corpo nesse chão gelado em módulos simétricos. Tudo estava fechado, mas senti o calor do sol, entrando por baixo, me enraizando nesse piso industrial, enlouquecendo as moléculas, agitando, transformando esse meu chão, numa terra calorosa. Um sorriso para o lado esquerdo. Eu estava vivo. Não sabia como brindar. Comemoração através de um contato. Em segundos eu estava na natureza. Na minha natureza estrangeira. Meus movimentos eram simples, infantis, mas eram os meus. Mão, pé, perna, coluna. Tudo em movimento. Em três segundos, eu estava completamente líquido. Água. Uma água que me provocava me manter vivo. E eu estava. Como reagir?  Qual é a distância da sensação de estar vivo e estar realmente vivo? Sou de terra, água, ar e fogo, meu sol. Eu vivo e vivo muito. E aprendi a morrer, para viver. Morrer para ser. E isso eu só consigo em contato comigo mesmo. O tempo é o meu maior inimigo e o meu maior amor. Amor não-utópico. Levantei. Abri a janela, haviam pássaros, pipas, nuvens, tudo junto na composição mais bela desse meu mar azul e sem fim.

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Eles