Flutando no silêncio da dor, eu já não era o que chamava de “eu”. Espelhos se aproximavam e se afastavam. Meus olhos lacrimejavam o chá da noite anterior. Socos no que me cercava, gritos silenciosos e sangue espalhado pelo organismo.
É irritante quando a personalidade te inferniza e não te deixa dormir, te obriga aos cigarros e ao café e você fica parado, como uma ameba, sem entender, sem se mover, sem sentir.
O caminhão passou por cima do que eu chamava de alma e nem buzinou. Os faróis vivem apagados e minhas manhãs agora são lentas, paradas.
Me sinto estranho e com falta. Com sua falta, com minha falta. Sobrou massa no bolo e faltou recheio para divertir os olhos juvenis das nossas crianças.
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