tag:blogger.com,1999:blog-5695666059335897072024-02-07T01:46:44.505-03:00CAOS DE INVERNOgerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.comBlogger303125tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-78897369522123950442012-07-30T23:09:00.001-03:002012-07-30T23:09:45.262-03:0030.07<br />
Minha cabeça se constitui de monstros e dragões, que me corrompem. Perco-me por eles. Volto aos sonhos, caio em buracos. Não sei ultrapassar.<br />
Se me solidifico, quero derreter; se estou líquido, sou incolor.<br />
Arre, nunca estou aqui. É essa dor de nunca ser. As pessoas me olham, observam, pensam sobre. Minha face se transformas em meus monstros e dragões interiores.<br />
Cálcio.<br />
Não suporto mais, fecho meus olhos e atinjo o obscuro, sozinho. Posso tocá-lo, mas não o sinto. Perco-me nesse corpo frio, sou sensível à cores, mas não as possuo. Sobem à cabeça.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixcMipnj-elOZZPhwUYsS4cbTDEl0RIffbkpkhMa3Jsum3svk26KMHzTLs1trv0PnnpTCHnbNuwMYdjhuhkZmGscUWf7qMASMYoNNeYVRlPZDZV3CxlXfWQnSINx6CEf-4PrOZB-cIWPs/s1600/000037.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="203" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixcMipnj-elOZZPhwUYsS4cbTDEl0RIffbkpkhMa3Jsum3svk26KMHzTLs1trv0PnnpTCHnbNuwMYdjhuhkZmGscUWf7qMASMYoNNeYVRlPZDZV3CxlXfWQnSINx6CEf-4PrOZB-cIWPs/s320/000037.JPG" width="320" /></a></div>gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-20086643480463809692012-07-17T21:22:00.003-03:002012-07-17T21:22:49.895-03:0021:22, julho.(...) então eu atirei meu corpo nesse chão gelado em módulos simétricos. Tudo estava fechado, mas senti o calor do sol, entrando por baixo, me enraizando nesse piso industrial, enlouquecendo as moléculas, agitando, transformando esse meu chão, numa terra calorosa. Um sorriso para o lado esquerdo. Eu estava vivo. Não sabia como brindar. Comemoração através de um contato. Em segundos eu estava na natureza. Na minha natureza estrangeira. Meus movimentos eram simples, infantis, mas eram os meus. Mão, pé, perna, coluna. Tudo em movimento. Em três segundos, eu estava completamente líquido. Água. Uma água que me provocava me manter vivo. E eu estava. Como reagir? Qual é a distância da sensação de estar vivo e estar realmente vivo? Sou de terra, água, ar e fogo, meu sol. Eu vivo e vivo muito. E aprendi a morrer, para viver. Morrer para ser. E isso eu só consigo em contato comigo mesmo. O tempo é o meu maior inimigo e o meu maior amor. Amor não-utópico. Levantei. Abri a janela, haviam pássaros, pipas, nuvens, tudo junto na composição mais bela desse meu mar azul e sem fim.gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-50101369385433802682012-07-11T16:25:00.004-03:002012-07-11T16:25:32.612-03:00ao som de biscuit - portishead<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrrEzEVra4kdhmFMjIl3T5hsX3LD3EtdHB2m88ZAejgRDClbF8hT0jYuHNOWBnTLuzAsnOqwgKGC4cmEg01Yo_B3WLwE1wtEVAy8XEcThwzfW_Gw1uvGf7S_fy8a3uZvsjdBCivbrzBqg/s1600/IMG_0842.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrrEzEVra4kdhmFMjIl3T5hsX3LD3EtdHB2m88ZAejgRDClbF8hT0jYuHNOWBnTLuzAsnOqwgKGC4cmEg01Yo_B3WLwE1wtEVAy8XEcThwzfW_Gw1uvGf7S_fy8a3uZvsjdBCivbrzBqg/s320/IMG_0842.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<span style="background-color: white;">(...) vivo na escuridão do meu quadrado, este, que eu nem sei se posso tocar. Aliás, nunca toquei de verdade, perco tudo por ele, minhas cores, as cores dos outros, não sei ser aqui. Para ser preciso me jogar pra fora dele, deitar, rolar no que não me pertence, assim eu posso acreditar no que eu chamo de meu corpo. Mas aonde está meu corpo aqui nessa escuridão de quatro lados que chamo de quarto? Como meu corpo reage a uma vida transtornada em frente a uma tela? Eu não tenho corpo aqui. </span><br />
<br />
Meu corpo quer outro corpo, mas esse outro corpo se desfaz quando se aproxima do meu. Eu só posso querer quando esta longe, quando não enxergo, quando está desfocado, de perto tudo se perde, quando eu toco se perde. Eu, você: nós. Caio em buracos por não enxergar de longe, nem sentir de perto.<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: x-small;">Mais fotos: <a href="http://oliveiragerson.wordpress.com/" style="background-color: white;">http://oliveiragerson.wordpress.com/</a></span></i></div>gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-35564311907571575642012-06-25T23:05:00.000-03:002012-06-25T23:05:53.397-03:00poema contínuo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHjAv9LRXJE_is8bN93T9c-3BrYcBubCiTOY-VW-iPtj7jgd64bvpyRaMV9rcpym4z2OZMzXkPhJhzPtgneScUD6CuuTqWCRKZmvbrwXnQLl20UBiFTrsW3JKtxARDElbh2_gzF8ILiPQ/s1600/IMG_9275.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHjAv9LRXJE_is8bN93T9c-3BrYcBubCiTOY-VW-iPtj7jgd64bvpyRaMV9rcpym4z2OZMzXkPhJhzPtgneScUD6CuuTqWCRKZmvbrwXnQLl20UBiFTrsW3JKtxARDElbh2_gzF8ILiPQ/s320/IMG_9275.JPG" width="320" /></a></div>
me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta me solta <span style="font-size: x-large;"><b>que sou macaco que sente dor, chora e não quero audiência</b></span><br />
<span style="font-size: x-large;"><b><br /></b></span><br />
<span style="font-size: x-large;"><b><br /></b></span><br />
<span style="font-size: x-large;"><b><br /></b></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><i>(sem ctrl c + ctrl v)</i></span>gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-48294091365983054082012-06-24T22:29:00.003-03:002012-06-24T22:41:04.256-03:0022h29 - quase julho.coceira no umbigo.<br />
<div>
Volto a ficar nervoso a estar 10km de distância do seu cheiro, posso te ouvir passar antes mesmo de chegar a sua rua e se eu provoco o desencontro é somente pela insegurança de não saber se digo oi, olá ou simplesmente paro e fico a te olhar, três dias ou quatro. Eu não sei que chão é esse que piso ao estar com você, nem sei se esse chão é meu, seu ou meu-seu. Não desejo nada demais. Sua boca me seduz, seduz meus olhos, sobe para a testa e atravessa todo o de trás do meu corpo, que tem medo de ser atraído pela frente, então minha satisfação estar no te ver, ouvir e conversar com você. Eu devo parecer um esquizofrênico ao seu lado, não penso ao contrário. Corro pra te ver e tenho medo de te tocar a mão, se te abraço quero me entregar e ficar nos seus braços por setenta e quatro horas. Eu tenho todo um passado que grita, que me esfola, você não me isenta de dor, mas você não dói, não machuca, se eu pudesse lhe presentear, seria de cores, não que você não tenha, mas quero te preencher, no nariz, na boca, no seio, no pé, no dedo, na lombar, no sorriso, na alma, no olhar, quero tingir você com todas cores que eu já vi, senti e perdi, aliás não quero nada. Não. Não quero. </div>
<div>
Posso deitar aqui?</div>
<div>
Durmo cantando canção de fora. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
Você fala da vida, de uma vida nossa, que sim existe, mas não conhecíamos, descubro sua pele quando você toca minha mão. Cigarro meu-seu, café meu-seu, cerveja, corrida e um frio que só quer nos aproximar em olhares, eu te abraço com o olho esquerdo e você se abre com o direito, depois seu esquerdo vem ao meu direito até nos perdermos em olhares, e você chora no meu colo: </div>
<div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; margin-bottom: 3px; overflow: hidden; text-align: right;">
<i><br /></i></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; margin-bottom: 3px; overflow: hidden; text-align: right;">
<i>you tell me summer's here,</i></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 21px; margin-bottom: 3px; overflow: hidden; text-align: right;">
<i>and the time is wrong.</i><br />
<i><br /></i><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTzcrgbPh-KoOp8A6HlNc8Cgjd1YrUipUGu6QIRSoDvyOa_tv7lezM6-uAqogTA21bD41LggYxKdiBOh0Lo695QRlWcOSvRXd3PKJwhXPfHnmf1nOm4T7cBlHXiF0zXnGEh2A7HZL2zLI/s1600/3333.jpg" imageanchor="1" style="background-color: white; line-height: 21px; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTzcrgbPh-KoOp8A6HlNc8Cgjd1YrUipUGu6QIRSoDvyOa_tv7lezM6-uAqogTA21bD41LggYxKdiBOh0Lo695QRlWcOSvRXd3PKJwhXPfHnmf1nOm4T7cBlHXiF0zXnGEh2A7HZL2zLI/s320/3333.jpg" width="320" /></a><br />
<i><br /></i></div>
</div>gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-84475426004200540672012-06-12T22:35:00.001-03:002012-06-12T22:49:59.775-03:00#11.06, pela manhã intragável<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPBGfcXQ8sZmMFJIJs7fSA2ZayXjIlu6wXjSsIngl4n6bjuvgXLmi5e_autxVgTvsBQ5YHt2_VZ1fP3JKSfTlG2AwXRaV3ftAWpfCB-1j8eNnHBEUOVbWM2ppd4PxbxGd4CHoj6-T3-Dc/s1600/augusto+e+carol+007.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPBGfcXQ8sZmMFJIJs7fSA2ZayXjIlu6wXjSsIngl4n6bjuvgXLmi5e_autxVgTvsBQ5YHt2_VZ1fP3JKSfTlG2AwXRaV3ftAWpfCB-1j8eNnHBEUOVbWM2ppd4PxbxGd4CHoj6-T3-Dc/s320/augusto+e+carol+007.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
rompi com meu corpo<br />
e com o que eu chamo de eu-sentimental,<br />
não sou isento,<br />
e se não quero mais, ainda existe o querer.<br />
deito em via pública, durmo,<br />
e aos poucos estou sujo e nú.<br />
luto por vontades, mas não quero:<br />
busco pelo meu esquecimento<br />
retorcendo-me pelo cimento.gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-6606149422197641582012-06-01T17:48:00.001-03:002012-06-01T17:48:22.470-03:00À MORFINAentreaberto a tudo<br />
entre eu e o outro,<br />
aberto daqui pra fora,<br />
sou no universo de irradiações a<br />
pássaro que urge.<br />
não me complemento com urgidos,<br />
nem com imensas/intensas radiações,<br />
morte sincera.<br />
finalmente o amor espera.<br />
<br />
não tenho pretensões de amor,<br />
mas alimento expectativas,<br />
tentei muito, por isso me exilo,<br />
de guerra fria à carpe diem,<br />
de furacões para gravidade zero.<br />
quero a morfina<br />
quero ser morfina.<br />
<br />
nada de anular sentimentos;<br />
se o sol está por cima é porque ele existe acima.<br />
quero amorfina,<br />
morder, suar deitar, alimentar-se de.<br />
<br />
amor fino<br />
amor que cessa,<br />
- respira.<br />
e grita: estou aqui.<br />
mas que não venha só morfina,<br />
não desejo só anestesias,<br />
não aprendi a viver em cativeiros.<br />
<br />
soul brasileiro,<br />
de terra, mar, selva e cimento,<br />
não lamento,<br />
soul estrangeiro.gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-79887119222812893622012-04-03T13:13:00.002-03:002012-04-03T13:21:57.372-03:00montana,<span ><span style="font-size: 100%;">abri os olhos desesperado: acordei me enxergando, que bizarrice humana é se enxergar logo quando se acorda. Primeiro um pé no chão, não me importava se direito ou esquerdo, rapidamente o outro, e logo o frio do meu piso me contagia, me jogo no chão, corpo </span>nu<span style="font-size: 100%;"> ao chão, movimentos circulares, aleatórios, quero ver o frio me pegar. </span></span><div><span ><span style="font-size: 100%;">Dois minutos de choque corporal, guerra de bunda, costas, pernas. </span></span></div><div><span ><span style="font-size: 100%;">O silêncio chega, inunda meu quadrado vazio, não consigo falar, pensar, respirar. Deixo a lembrança me levar. Volto para uma outra noite, vivo tudo de novo de uma outra forma, tudo sendo, como nunca foi. Pelado me encontro no meu quarto, um mapa de lembranças no meu corpo, pontos azuis, marrons, vermelhos. Ligações estrangeiras. Meu óculos fica na mesa, não preciso dele agora. Quero enxergar com os meus olhos, aqueles que me foi dado. Se eles tem deficiência não é por acaso. Preciso aceitá-los.</span></span></div><div><span style="font-size: 100%; font-family: Georgia, serif; "><br /></span></div><div><span style="font-size: 100%; font-family: Georgia, serif; ">preparo minha cafeína matinal e ascendo meu tabaco nicotinado para uma vírgula no meu dia.</span></div>gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-8901726809879341252012-02-20T19:24:00.003-02:002012-02-20T19:28:52.312-02:00#19:28meu chinelo já não me serve, <div>azul, preto, o cinza.</div><div><br /></div><div>nem quarenta e dois, nem um.</div><div>não existe numeração para um poder pisar,</div><div>me perco em ferro, madeira, pó.</div><div><br /></div><div>não tenho preocupação de cabeça,</div><div>não faço por existir.</div><div><br /></div><div>ontem eu existi, amanhã eu chorei.</div><div>a canção das flores se perdeu no meu presente,</div><div>e tudo que eu olhei, hoje está congelado, frio.</div><div><br /></div><div>maçã apodrece em meu tato,</div><div>e tudo o que me sobra é sono. </div>gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-9413192282189385422012-02-06T13:51:00.003-02:002012-02-06T13:59:30.813-02:00#13:59deitei na minha mesma cama, sempre lá, dois travesseiros de pano florido e colcha azul. Me perdi por duas horas, abri os olhos, vi, senti, passei a mão em tudo que meu estômago mandou pra fora, o meu resto e o meu essencial, tudo agora estava no chão do meu quarto, eu na posição de um animal, que antes era o mais feroz e hoje está velho. Deitei em cima daquilo que parecia ser meu, que se dizia ser meu. Não haviam rosas, não havia humanidade. Eu que sempre acreditei no ser Humano. Agora sim, poderia falar de desilusões sobre as afirmações das minhas tias do ensino fundamental. Desenhei com a ponta da faca por todo meu corpo. Nada de interessante, nada que eu possa comparar com algum pintor, ou qualquer cara que traga alguma referência. Eram só rabiscos, mas nada que atingisse um por cento da genialidade de Basquiat. Era tudo vermelho, mas não era uma instalação de Cildo Meireles. Era algo meu, que só me pertencia, não queria dividir, era meu resto, minha essência e meu vermelho-rosa-magenta. Ninguém viu. Ninguém vai sentir.gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-64128755582773705312012-01-23T13:45:00.003-02:002012-01-23T13:48:04.513-02:00#sem títulomenina, aguenta ai<br />e se exploda.<br />o bicho de nove patas está na esquina,<br />todo azul-marrom<br />como nos seus fetiches.<br /><br />se vibrar você se vira.<br /><br />na lapa é ano novo.<br />abraços à catraca.<br />trânsito na entrada do motel<br />mas o churrasquinho mal passado tem no serviço de quarto.<br />a CPTM virou a noite acesa.<br />se chover não molha.<br /><br />carne de sol, vinho, tabaco seco. aceso.gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-60018176233513341522011-11-08T12:16:00.002-02:002011-11-08T12:23:58.176-02:00Sem Título - #07.11Solto um "AH" como quem tem uma urgência-sobrevivência. <div><br /></div><div>Preciso gritar para ele, mas minha frequência não emociona. Meus curtos braços só alcançam os ares daqui debaixo. Se eu pudesse estar por toda sala, quem sabe a paz estivesse em alguma célula do meu corpo; poderia lhe tocar; alterar sua textura, suas cores.</div><div><br /></div><div>Havendo água a me oferecer eu não dependeria de "AH" ou dos longos braços, estaria feliz por ser o menor possível, sua paz seria a minha. Seriamos dupla.</div><div><br /></div><div><i>AH! Quão utópico são meus pensamentos. </i></div><div><i><br /></i></div><div><i>Utópico ou não, ainda quero gritar. Voar e gritar.</i></div><div><br /></div><div>Meu Deus não deu voz e asas, mas deu a mim a impossível tarefa de não te desejar. </div><div><br /></div><div>Laranjeira azul,</div><div><br /></div><div>um dia chego na lua.</div>gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-44594657634756798982011-10-27T17:41:00.002-02:002011-10-27T17:51:03.469-02:0017:13 - café, chantilly, tinta nova.Fazem quarenta e sete horas que deitei com a janela aberta. Quarenta e sete horas esperando qualquer célula reprodutora ou não entrar; esperando sem boas ou más expectativas através de meus olhos e todo o meu corpo, que é de uma cor não uniforme; qualquer sensação que venha me movimentar na minha cama bege; meus seios estão de fora; estes são meus seios, sem graça, de tom universal; meus mamilos não sentem frio. Estou a uma espera - sem afeto.<br /><br />Eu; pessoa; corpo; alma; célula; bicho. Quarenta e sete horas sem me movimentar, minha janela, esta que é só minha, está aberta. Fico aqui, a mercê de uma sensação que me tire dessa forma clássica européia.<br /><br />Do lado de la há mentira, corpos sem célula, fumaça, sapatos, papéis solto, líquidos, líquidos. Eu quero o aqui e não o de lá. Aqui não há sono. Aqui é completo de nada.<br /><br />Seja o que for, venha cheio de vazio. O meu nada aceita apenas o que é completo de nada. Meu percurso é vazio, não precisa de algo. Se for entrar, tenho uma janela aberta, se for me possuir, meus olhos estão estalados.gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-84564845324110519042011-10-11T10:22:00.003-03:002011-10-11T10:36:45.572-03:00#10-11 10:36 - Moonshiner - Cat PowerPraticamente tudo amanheceu escuro, cinzento, um azul mórbido e parado. O sol ali estava, mas pouco importava, ela não amanheceu loiro, nem avermelhado, muito menos com um laranja-nascer-do-sol. Para ele que acordou com o cigarro na boca, notou que as únicas cores mais atraentes eram de seu isqueiro, que eram visíveis em: 1, 2, 3, no máximo 4 segundos. Ele tentou reanimar- se nessa manhã. Mas ele já leu todos os livros de sua prateleira. Alguns até duas vezes. A agulha do seu toca-disco amarelo estava quebrada, nada de música nessa manhã. Nada para essa manhã.<div><br /></div><div>Deitou. Seus sentimentos foram embora de madrugada. Ascendeu outro cigarro. Filtro vermelho, claro. Dor no peito, uma dor de nada, de não existir nada. Lembrou que hoje tem que ir pro escritório, mais um nada no seu dia. Sua droga estava no criado-mudo, sem pensar muito, e sem auxílio de canudo, papel, nota de 5 reais, ele colocou toda aquela nuvem para dentro. Sem efeito imediato. Sem efeitos. Era assim que ele se encontrava olhando para o espelho com o terceiro cigarro da manhã - sem efeito. </div><div><br /></div><div>Existe o banho que por obrigação teria de vir. Mas ele não vive por obrigações. Nunca se cobrou por nada, não vê motivo para isso. Deitou na cama, esperando o efeito. Nada de efeito nessa manhã. Nada de ações para sua vida nessa manhã. Como entreter o cara do prédio da frente que o observa todas as manhãs? Então ele, resolveu fazer café. Apertou o botão e puff, o café já estava na mesa. Tomou no gargalo do bule reformado por ele para que possa sempre tomar no gargalo. Afinal, ele agora mora sozinho, não tem nada pra dividir. Só divide sua manhã com o cara da frente. Mas nem o café tem efeito nessa manhã. Com a certeza que nada mudaria naquela manhã, resolveu escrever uma carta para quem entrar pela porta sem bater, jurando que é dia de festa. Escreveu, no criado-mudo agora sem nuvens de areia, deixou. Voltou a dormir. </div>gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-8600942964711672702011-10-02T19:20:00.002-03:002011-10-02T19:23:41.986-03:0019:23 - primavera.talvez é só loucura mesmo que invade todos núcleos de minhas células irracionais.<div>hoje, amanhã e ontem quero você do meu lado, sonhando no meu peito sem pensar em todo o concreto que existe lá fora. </div><div><br /></div><div style="text-align: right;">fui pré-destinado a ser, mas há insuficiência de todos os lados, adoeço. </div>gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-43639534907019245932011-09-04T13:52:00.003-03:002011-09-04T13:58:09.594-03:00(...).. o calor de nossos corpos, juntos, como se fosse a primeira vez, o seu coração batendo em cima do meu, o meu coração se chocando com o seu, minha pele que nunca acreditou em outras peles ficou toda sem jeito, reconhecendo a sua, desejando sua pele desconhecida-familiar. Toda aquela orgia de corpos virgens, dois minotauros em cima de um tablado sem cor, pintando as quatro paredes como um céu de setembro. gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-23297137064510503132011-09-01T00:05:00.003-03:002011-09-01T00:10:11.508-03:00#F_(...) depois de tantas horas, dias, semanas, eu que achei que não iria me importar com pessoas, passo a primeira noite de um setembro olhando para dois visores, tentando te achar, tento conversar comigo mesmo, mas só angústias, um buraco enorme e desconhecido. Você tá aqui? Tá comigo? Não sei, não sei, não sei. A vida é pura incerteza e se a água derrama pelo vale, é porque o rio quer nutrir todo o seu entorno. Ele quer árvores e flores e um céu magnífico para setembro, outubro, novembro e dezembro, este, que é o mês do novo ciclo. Não só meu, como de toda a natureza selvagem.<div>
<br /></div><div>água do outro lado, água por aqui. Tabaco, tabaco. Ausência-água-tabaco. Uma noite de um começo de incertezas. Uma ousadia sem tamanho a medir. </div>gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-77346093940235759522011-08-17T19:58:00.003-03:002011-08-17T20:01:13.549-03:00#e eu que antes tinha dois minutos, me restam apenas um e sinceramente não sei o que fazer com ele. Só penso em olhar, contemplar, beijá-lo, gozar com ele. É meu. De mais ninguém. Pouco me importa o que faz com seu um minuto do fim. Eu quero saber o meu. Não é orgulho, nem egoísmo. Ele foi me dado. E você que nunca se deu para mim, fique sem meu último um minuto.<div>
<br /></div><div>(...)</div>gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-36220621612059108832011-08-01T23:50:00.004-03:002011-08-02T00:24:23.178-03:00#<div style="text-align: left;">Um dia típico paulistano, uma dor típica a destes dias. Ah, como as unhas ficam diferentes com o cinza desse céu que me persegue. Estava na zona norte, fui pra zona oeste, tentando qualquer fuga, mas lá estava ele, sorrindo cheio de ironia para mim.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">As pessoas andam me irritando. Não sei, não estou estressado, nem nervoso. Mas são tão bobas e tristes por dentro. </div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">São Paulo anoiteceu garoando. </div><div><br /></div><div><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjanOpev3NaXBazH8sQw7LEa3oYNN35Zh3LVt3PCRXPsHWr-TSK5C_DV77LE9miXd2wkwxexPt02IgiC_khctB7bYzWhlcQtJd6cVKCgAlXx2pt-d-FHwKw4T3JdEFGJlkAAqSEqMnDvPs/s400/P1311117.JPG" style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5636087324574383250" /></div>gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-86665696485567999002011-07-25T09:19:00.001-03:002011-07-25T09:21:38.897-03:00(...) fechei os olhos para nada interferir no que eu sinto. Só tinha você ali na frente e um vento tentando me derrubar.gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-7590519815838772842011-06-26T09:37:00.002-03:002011-06-26T09:42:39.749-03:00café frio à janela, <div>um silêncio universal.</div><div><br /></div><div>cinzas, cinza.</div><div>caneta, lápis, um notebook velho.</div><div><br /></div><div>olhar perdido, olhar completamente perdido.</div><div>avulso.</div><div>grito avulso.</div><div>nada sai pela garganta, nada surge nas cordas vocais.</div><div><br /></div><div>estou alheio à tudo que passa em meu entorno.</div><div>um giro sem ângulo concreto.</div>gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-77414333242199652032011-06-26T09:32:00.001-03:002011-06-26T09:34:05.255-03:00<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; line-height: 16px; "><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" >alguma tristeza está em mim. não reconheço. falho mais uma vez.</span><span class="Apple-style-span"> </span></div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Eu sei que aquela rosa, plantada a algum tempo ainda está lá, triste, mas não morta. Sua pétalas, doces, pedem por água. Não há mais fotossíntese nessa terra. Até quando Meu Deus? Ah, chorar não alimenta flores. É inevitável, morre- se quando não há nutrientes.</div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Há uma tristeza neste adubo. Uma tristeza completamente famosa, uma dor desconhecida. Até quando terei que ver filmes de lembranças, ouvir músicas sem saber que sensação é essa. Quem é este que me persegue nos reflexos desta casa do campo? </div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Vai Madalena, persegue. Vai Madalena, corre. Cansei de enfraquecer sob a luz do dia, sob a luz desta lua. Não dá para contemplar o universo apenas. Quero o toque. </div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Não é reclamação, não é dizeres comum. Mas chega uma hora que você torna- se big bang. É toda aquela dor de musculo, de corpo, de alma sai pra fora. Vai pro mundo. Alcança as raizes deste chão. Ah moça de olhos azuis. Olha para mim. Eu tenho flores, tenho o vaso, mas não há este nutriente de seus olhos nos meus. </div><div style="text-align: justify; "><br /></div><div style="text-align: justify; ">Não consigo fotossíntese nú. Não consigo ser fotossíntese. Sentimento do mundo. Sentimento obscuro. </div></span></span>gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-68271167308830248002011-06-07T22:55:00.000-03:002011-06-07T22:56:16.612-03:00e o meu grito não alcança.gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-70438835620073683382011-05-28T17:27:00.002-03:002011-05-28T17:32:21.205-03:00#paulistanopaulistahoje um poema me fez emocionar.<br />Sem dor.<br />Não chorei,<br />apenas emocionei.<br /><br />Cigarro, multidão, poesia.<br />As pernas pra lá e pra cá,<br />em cima, embaixo em mim.<br /><br />hoje um poema me roubou.<br />Sequestrou- me, tocou- me<br />com uma delicadeza de jardineiro;<br />como uma folha que já chorou.<br /><br />Outono.gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-569566605933589707.post-81515599854036810752011-05-11T00:13:00.002-03:002011-05-11T00:23:12.317-03:00#00:22quero me fechar no seu quarto.<div>- te fechar nos meus olhos</div><div>e te soltar.</div><div><br /></div><div>solto dentro de mim, feito um vendaval.</div><div>no meu campo de flores, ervas e cogumelos</div><div><br /></div><div>quero que me olhe para o que eu chamo de eu.</div><div>quero que você sinta o que sou.</div><div>te vomitar através das lágrimas,</div><div>do modo que você volte sem dor.</div><div><br /></div><div>agora posso penetrar no seu sangue,</div><div>dar um "rolê" pelas suas veias.</div><div>e no final, você me cuspir pelo líquido do seu prazer.</div><div><br /></div><div>te tocar, olhar,</div><div>te tragar, desgostar.</div><div>se você soubesse como as nuvens moram ao nosso lado,</div><div>que a lua sorri para nós nesta noite dramática.</div><div>beije a noite, pois sem ela não somos nada. </div>gerson oliveirahttp://www.blogger.com/profile/16374146099578005265noreply@blogger.com1